Recentemente li uma notícia que, não tendo graça nenhuma, ficaria perfeita na secção "Mundo Louco" do Correio da Manhã, de tão caricata que é.
Aconteceu em Inglaterra, numa qualquer prisão, dois homens, de 40 e 31 anos, estavam detidos por homicídio homofóbico. Ou seja, mataram alguém simplesmente porque eram homossexuais. Não sei o que pretendiam alcançar com esse estupidamente lamentável crime, mas isso agora também não interessa muito. Ah e já agora, eles não se conheciam, simplesmente foram condenados por um crime semelhante. (Não sei ao certo os contornos dos crimes mas o facto de terem recebido 20 e 18 anos respectivamente de cadeia indiciam que foram actos premeditados.)
Acontece que a dada altura os dois reclusos conhecem-se, curiosamente na biblioteca da prisão. Quem sabe se não estariam a procurar algum livro que apresentasse razões culturais para a homossexualidade, já que para estes homofóbicos, a homossexualidade é um desvio curável? Ora, depois de se conhecerem tornaram-se amigos, e perante a semelhança da sua forma de pensar, tanto encontraram em comum entre si, que reconheceram um no outro uma alma gémea. E agora decidiram...casar-se!
Que ironia! O que tanto criticavam nos outros morava dentro de si, não compreendiam até compreenderem.
Acho que seria interessante ouvir um comentário a esta notícia por parte do advogado californiano Matt McLaughlin.
Para quem não conhece este senhor, diga-se apenas que propôs recentemente uma lei (que terá ainda de passar por uma série de filtros, e se o fizer irá a referendo nas próximas eleições) para abater com uma bala na testa todos os homossexuais. E porquê? Para impedir que a fúria divina caia sobre a humanidade! (É um facto que a Bíblia ordena a morte de homossexuais, mas isso fica para outro post)
Ora, com certeza que para McLaughlin os dois assassinos seriam homens iluminados por Deus, que foram presos no cumprimento de uma missão nobre.
Isto é o que ele diria antes de saber que eles eram também homossexuais. Que diria depois? Fico curioso.